Maestria do amor



Ficava bem ali,
Por detrás da insegurança, ao lado do medo, escondido embaixo do trauma.
Vez ou outra saia a espreitar o mundo a sua volta.
Sentindo o rompante do prazer ao perceber que o mundo, esse que o rodeia, é fascinante.

Ficava bem ali,
De costas para as emoções, escorregando nas indecisões, sublimando às fantasias.
Vez ou outra arriscava dar as caras, mas logo estava de volta.
Os outros o assustavam, tinha receio de não ser bem quisto.

Todas aquelas exigências, a gritaria que lá fora se ouvia.
Todos aqueles medos, receios e paradigmas.
Tudo tão frio, tão inexato, tão impróprio.

Foi assim que o amor, ainda criança, começou a ver o mundo.
Ele queria estar no meio das pessoas, mas por sua imaturidade infante,
O amor simplesmente se continha.

O crescimento foi exato, veio como para todos.
O amor maduro se tornou. Crescido no meio do peito.
Aquilo que era medo, receio, traumas e inexatidões,
Tornou a mais pura e consistente sabedoria.

Bem ali,
No meio do romance, ao lado dos amantes, cravado no peito.
Jamais sairia, escolheu os pares de quem cuidaria.
Lapidações fazia todos os dias, para que os amantes amassem com mais maestria.

Bem ali, 
No meio da multidão, o amor se estabelecia e se fazia real.
Percebia o mundo a sua volta e via outros seres desprovidos de cuidados.
Sentia compaixão, mas sabia que para cada ser um novo amor crescia.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nas ruas de Paris -Tão real quanto um sonho