Novos caminhos




Sim, o nome é carência, pois até então não vejo outro nome que defina com precisão.
No entanto preciso acreditar sempre, e com tal firmeza, que isso não domina minha vida.
Sentimentos, a meu ver, são sinalizações de como nossa vida é conduzida pelo caminho de cada área que vivemos.

Não adianta achar que está tudo certo e tudo “ok”, ninguém nasceu pronto, ninguém nasceu sabendo.

Eu não sei de todas as coisas e ainda não vivi todos os sentimentos. O que sei ou o que vivo tem menos de três décadas, muito pouco para todo o tempo de existência do ser humano, não acha? Concorda comigo? Não?

Vou dizer que sim, essa é a verdade, talvez não total, mas uma parte dela.

Perceba que sempre estamos mudando de conceitos, não com muita frequência, mas de forma razoável.
O que às vezes me paralisa mesmo é não conseguir decifrar o mundo, as pessoas. Essa necessidade que tenho de controlar tudo, de saber todas as coisas, como se o poder de onisciência tivesse sido tirado de mim e hoje vivo essa privação.

Meus desejos podem ser confusos, como está percebendo enquanto te conto tudo isso, querido amigo. Mas, são simples e mais simples ainda de serem supridos. No entanto, creio que é essa minha mania de fantasiar e querer explicar tudo que tornam as coisas complicadas.

Oh, sim, eu penso em um dia encontrar a pessoa que será o meu Oráculo, ou mesmo um Édipo diante da Esfinge, eu sou a esfinge, entende? É simples, mas todos acham que sou uma charada.
Às vezes, eu faço coisas que estão totalmente fora dos meus conceitos, paradigmas, costumes, personalidade, senso de moral... Faço isso para tentar novos caminhos. Essa afirmação de que devemos ter tudo certo e de que o contrário disso é uma pessoa descontrolada ou sem personalidade não se encaixa comigo. Talvez eu possa perceber que a sua moral, a sua ideia de mundo e verdade e o seu conceito são mais exatos que os meus. Então, quer contar pra mim sobre eles?

Não estou interessado em ser completo em mim mesmo. A modernidade está nos cobrando isso: que sejamos independentes, suficientes, completos, que não precisamos de ninguém. Não, não quero, tentei esse caminho, esse já sei que não é o meu. Estou indo agora em outra direção. Estou pela metade, quero alguém que me complete sim, alguém que tenha qualidades que não tenho, alguém que seja o meu oposto, ou que veja as coisas que gosto de outra perspectiva. Quero ficar assim, incompleto, não me importo, quero também ter o que doar, o que ser para alguém. Se eu for tudo poderei apenas duplicar o que o outro é e, sabemos bem, tudo em excesso cansa, não é mesmo? Cansa, desanima, satura, explode...
Enfim, faz mal tudo que é repetido demais.

Portanto, eu preciso ir ali, enxugar o chão que deixei molhado, preciso agora encerrar esse monólogo. Mas, quero lhe dizer uma última coisa disso tudo: enquanto eu continuar envelhecendo, quero mais e mais rejuvenescer a criança que eu era - simples, sonhadora, confiante de que as coisas um dia aconteceriam em seu tempo e, acima de tudo, com um olhar aberto para novos caminhos.

Comentários

  1. Alienígena

    Teve um tempo que estava perdido no mundo, fora de si
    Estive solitário como um alienígena

    Eu tentei mas nunca percebi isso
    Por que eu sempre me senti estranho na multidão
    Atravessei o universo para chegar até onde você está
    Viajei a noite em uma estrela cadente
    Solitário como um alienígena

    Tive que me acostumar com o mundo em que estava
    Enquanto não tinha certeza de que mundo eu pertencia
    Mas as estrelas no céu parecem ser minha casa, me leve
    E a luz no seus olhos me faz pensar que eu não estou sozinho

    Não estou sozinho... Eu nunca estou sozinho?

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  2. Prezado(a) Aeon Flux, não sei que caminho decidiu percorrer, a casa que temos é o lugar onde estamos e se torna nosso lar a medida que colocamos nele nossos sentimentos e realizamos ai nossas vontades. Que ao olhar para as estrelas vc perceba onde vem, mas nunca desista do lugar para onde vai.

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