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Estação

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Na estação, senti sua presença mais perto. O meu olhar lhe procurava ao longe,  na esperança de poder recuperar o tempo perdido. Mas, em cada direção que olhava,  não sei se não conseguia te ver ou se meus olhos não o permitia,  eu simplesmente não o encontrei. Como um curta metragem, todas as cenas passaram diante dos meus olhos naquele instante. Tudo o que podia ter sido e não foi.  Pelo medo, pelos desejos descontroláveis, pela "fé"!? Cada palavra, cada dia, cada som repetiram-se em meus pensamentos a fim de dar-me força para uma única atitude: ir ao encontro seu. Desesperadamente, meu coração acelerou quando percebi que vinha o trem. Meus olhos mais que depressa procuravam aquela imagem fixa.  Parecia estar ainda a minha frente, diante de meus olhos, mas onde? Temperei em meu íntimo todos os acontecimentos passados para que no mínimo sentisse um impulso,  ainda que impensado,  de ir até você. Era tarde demais, meus medos, e todos aqueles sentimento

Quero Paz

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Quero paz,  Poder andar pelas ruas e perceber cada detalhe.  Uma folha que cai de uma árvore, o menino que corre atrás da pipa.  A mãe que na varanda ao longe estende a roupa,  o pai que pela manhã sai para o trabalho.  Quero paz,  poder perceber no olhar de cada pessoa as palavras não ditas.  Ouvir a gargalhada da meninada a brincar na praça.  Perceber o olhar apaixonado dos primeiros amantes e a doçura da maturidade dos velhos.  Quero paz,  quero ter mais disposição para os que me amam, dedicar-me aos meus.  Sentir o calor da amizade.  No fim de semana estar com aqueles que me ajudam a ser mais feliz.  Entregar-me nos braços de um grande amor, sentir-me bem.  Quero paz,  não peço muito, são apenas três letras.  Sei que não é tão fácil, mas desejo este sentimento.  Viver além das preocupações, ser livre.  Quero paz,  de ir e vir.  De ser o que sou.  Alcançar os limites. Quero paz.

A Vida

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Quão conflitante é, enigmática e extensa.  Ainda que se passem anos, continuo sem compreendê-la.  Na verdade, o passar do tempo só faz aumentar as perguntas.  Das quais pouquíssimas consigo respostas. Neste instante, as soluções me parecem favoráveis,  mas vem o dia da adversidade e questiono minhas decisões. Penso no futuro como a ponte para compreender o presente.  Mas percebo que só é o reflexo do meu passado.  Se viver é realizar e satisfizer as vontades próprias,  muitos de nós estão mortos.  Livre arbítrio ou prisão?  Morrem os desejos, mas não a carne.  Morrem os sentimentos, mas não os pensamentos.  Mas a morte da carne faz cessar os desejos.  A morte dos pensamentos desfaz os sentimentos.  Neste mundo de restos mortais, restará alguma vida?

Insano

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Tento fugir do que sou aonde quer que eu vá.  Fugir das minhas dores,  Fugir dos meus traumas,  Fugir dos meus pensamentos,  Fugir do meu eu.  Mas, por qualquer lugar aonde eu vá,  levo comigo tudo o que sou:  todas as coisas que tento esquecer e as coisas que eu desejo guardar pra sempre.   O que sou?  Pra onde vou?  Quem sou?  São tantas perguntas para tão poucas respostas,  Tantas dores com tão poucos recursos,  Tanta loucura e tão pouca compreensão,  Tanto amor para tão poucas pessoas dispostas a recebê-lo.  Este vazio que me atormenta.  Essa insanidade diária que não se finda.  Procuro preencher o vazio que há em mim.  Tento me preencher com tantas coisas.  Mas, por mais que eu leve pra dentro de mim tantas coisas, o vazio insiste em aumentar.  É como um animal insaciável, sempre querendo mais.  E as pessoas?  Será que elas estão dispostas a nos ajudar a preencher este vazio?  E nós?  Estaríamos abertos para que outros nos preencham?  Mais perguntas.  Nesta sociedade individualist