Uma lição de vida que os bois me deram



Quando eu tinha seis anos, estudava em um jardim que ficava a uns vinte minutos de minha casa, a pé. Eu passava por várias ruas até chegar a ele. Nesta época eu tinha um terrível medo de bois, imaginava que poderiam correr atrás de mim ou que eu receberia coices. Certo dia, percorrendo o caminho normal para a escola, exatamente no momento em que estava na esquina, bem perto de chegar, comecei a ouvir um mugido de bois. Que desespero eu senti! Naquele momento entrei em pânico, nem mesmo via o animal, mas imaginava o que ele poderia fazer comigo. Em prantos e com medo de ser atacado, retornei o caminho para a casa a fim de me livrar de qualquer dano, que esteve somente em minha mente.

Hoje, ao pensar neste acontecimento, faço algumas reflexões: perdi um dia de aula por medo de algo que nem mesmo vi. Meu desespero foi criado pela minha mente, as lágrimas que derramei eram frutos do meu medo.

Assim, também acontece referente às nossas conquistas na vida. Recuamos com medo das afrontas que sentimos, mas que muitas das vezes não vemos, estão em nosso imaginário e, mesmo para aquelas que existem, será que valeria a pena perder um dia da vida por medo de algo? Ou o que dizer de anos de luta que de repente jogamos no lixo por receio das desilusões e críticas externas, que são apenas sons vindos dos nossos medos para nos afugentar?

E o que mais me intriga é pensar que eu estava perto, bem perto de chegar à escola e resolvi recuar, seguindo todo o longo caminho de volta pra casa. Seria muito mais fácil ter continuado, não digo que não teria medo, mas que poderia ter alcançado minha meta, mesmo temendo.

Muitas das vezes estamos perto de conquistar nossas vitórias, porém, simplesmente recuamos, voltando pelo longo caminho já percorrido. Então, teremos de começar tudo outra vez, levando em conta que perdemos dias e até anos ao recuar na vida.

Um dia, eu disse para uma amiga que ela deveria acreditar que iria conseguir chegar até ao fim de sua batalha, assim como Jesus esteve firme até o fim. Então, antes que ela me respondesse, com a frase “mas eu não sou Jesus”, que todos utilizam ao ouvir comentários como o meu, eu disse que assim sendo era ainda melhor, sendo assim, então, se encaixa no que ele disse que obras maiores faríamos. Eu não disse isso referindo só ao trabalho religioso, mas a tudo o que ele aqui viveu. Então, ela poderia fazer muita mais e vencer.

Portanto, entendi que:

Cada dia que deixamos de lutar, perdemos.
Cada dia que deixamos de sonhar, morremos.
Cada dia que deixamos de “caminhar”, jogamos para amanhã, acumulando o que poderia ser feito hoje.

Então paremos de dizer e passemos a agir.
Deixemos de lado os simples desejos e os transformemos em realidades.
A vida é dada a nós para que façamos dela o melhor.

Não tema os bois, somos todos feitos de uma mesma energia.

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